A habilidade das crianças em regular suas emoções está intimamente ligada à saúde emocional. Explore mais sobre esse tema na infância e adolescência!
Saúde emocional na infância e adolescência: desafios e importância
Desenvolver habilidades sociais e emocionais desde a infância é fundamental. Autoconsciência, gestão do tempo, habilidades de relacionamento, comunicação eficaz e práticas de autocuidado são essenciais para promover a saúde mental e impactam diretamente na forma como cada um se relaciona com o mundo.
As emoções são uma constante em nossas vidas, e a maneira como as gerenciamos é o que realmente importa. Atualmente em cartaz, o filme Divertidamente 2 retrata de maneira lúdica como cada uma delas desempenha um papel essencial na criação de nossas memórias e na formação de nossa identidade.
Como é o desenvolvimento emocional na infância?
De acordo com artigo publicado pelo UNICEF, nos primeiros 1.000 dias de vida, as crianças apresentam uma resposta mais rápida às intervenções do que em qualquer outro período. Este é um momento singular para dedicar uma atenção integral ao seu desenvolvimento.
A neurociência demonstra que o cérebro das crianças pequenas tem uma plasticidade excepcional, até os 2 anos. Durante esse período, as conexões estabelecidas formam a base das estruturas que sustentam a aprendizagem ao longo de toda a vida.
“É quando aprendemos as habilidades emocionais, cognitivas e sociais, e desenvolvemos nossa capacidade intelectual, aptidões e competências com maior facilidade”.
Quais são as fases do desenvolvimento emocional?
O desenvolvimento emocional é uma jornada complexa e incessante que se estende por todas as fases da vida. Há vários estudos que tratam sobre o tema, Henri Wallon propõe a divisão em 5 estágios são eles:
- Impulsivo-Emocional (0 a 1 ano): essencialmente afetivo. A criança se conecta com o ambiente, participa, se familiariza e aprende sobre o mundo ao seu redor através da integração com o outro. O aprendizado requer uma presença intensa e uma troca corporal significativa, envolvendo tato, toque e a segurança do embalo.
- Sensório-Motor e Projetivo (1 a 3 anos): neste período, forma-se uma relação intensa com os objetos por meio do contato, e surge uma indagação contínua sobre o que são, quais os nomes, de que maneira eles funcionam. Nessa fase a criança aprende por meio da interação com os espaços, situações e ambientes diversificados, explorando objetos e vivências e entendendo a diferença entre eles.
- Personalismo (3 a 6 anos): Durante esse período, ela começa a reconhecer suas diferenças em relação aos outros e aos adultos ao seu redor. Por isso, é fundamental que ela se envolva em atividades que incentivem a prática da escolha e promovam a interação com crianças de diversas idades. Chamá-la pelo nome, garantir que ela sinta sua importância e visibilidade no grupo, criar momentos que destaquem suas particularidades e oferecer oportunidades para que ela expresse suas características de maneira livre e criativa são práticas essenciais nesse período.
- Categorial (6 a 11 anos): Aqui, ela começa a distinguir-se claramente dos outros, o que lhe proporciona segurança necessária para explorar diferenças e semelhanças entre diversos elementos. É fundamental considerar que ela já sabe identificar o que precisa aprender para dominar novas ideias. As experiências disponíveis serão fundamentais para o desenvolvimento de sentimentos e valores que sustentarão suas descobertas.
- Puberdade e Adolescência (11 anos em diante): Na puberdade e adolescência, a oposição desempenha um papel essencial na aprendizagem afetiva, ajudando na distinção das próprias ideias, sentimentos e valores. Além disso, essa fase é crucial para desenvolver uma compreensão clara dos limites necessários para o pleno desenvolvimento das relações sociais.
Qual a importância da saúde emocional na infância e adolescência?
A saúde emocional é um tema amplamente debatido em todas as etapas da vida. Estudos indicam que o cuidado emocional iniciado ainda na infância tem um impacto significativo na maneira como cada indivíduo se relaciona e se reconhece no ambiente em que vive.
Demonstrar respeito e expressar sentimentos e emoções, trabalhar em equipe, interessar-se por novas conexões, conhecer e seguir regras de convivência social são cruciais para o bem-estar pessoal e coletivo. Investir na saúde emocional das crianças e adolescentes não só promove um desenvolvimento saudável, mas também contribui para a formação de adultos mais equilibrados e conscientes de suas emoções e relações sociais.
5 sinais de que a saúde emocional da criança ou do adolescente não vai bem
- Diminuição do convívio social: A criança ou adolescente passa a reduzir o tempo com amigos e familiares, deixa de participar de esportes e práticas de lazer que costumavam ser fontes de diversão e satisfação, preferindo o isolamento.
- Exaustão persistente: apresenta cansaço frequente, dorme mais do que o habitual e sente-se constantemente esgotado.
- Dependência digital: permanece a maior parte do tempo conectado à internet, jogos e redes sociais, frequentemente demonstrando sinais de angústia e irritação.
- Queda no rendimento escolar: há uma variação brusca no padrão de rendimento e comportamento em relação às atividades.
- Reações emocionais intensas: tem explosões de raiva ou choro frequentes, ocorrendo sem motivo aparente ou com mínimos desencadeadores.
Como promover a saúde emocional da criança e adolescente
- Mantenha um canal de diálogo aberto e respeitoso: escute com empatia e estimule a expressão de sentimentos, evitando julgamento e incentivando a autonomia na resolução de problemas. É crucial acolher e auxiliar a criança e o adolescente a apoiar para que ele possa entender suas emoções e lidar com elas de maneira saudável.
- Promova momentos de recreação e lazer: atividades ao ar livre, leitura e contação de histórias, visitas a feiras, exposições e museus, não só proporcionam diversão, mas também fortalecem os vínculos familiares e sociais, incentivam a criatividade e melhoram o bem-estar emocional.
- Estimule hábitos saudáveis: cuidados com a saúde física e a alimentação são essenciais. Uma boa alimentação, horas suficientes de sono, prática de exercícios regulares e consultas periódicas ao médico são fundamentais para o bem-estar geral.
- Incentive o bom uso da tecnologia: utilize jogos educativos e aplicativos que estimulem o aprendizado e a criatividade. Compartilhe conteúdos relevantes, músicas e materiais que ampliem a conexão entre vocês.
Investir nessas práticas não só fortalece os vínculos familiares e sociais, mas também prepara crianças e jovens para enfrentar os desafios da vida com resiliência e autonomia. Lembre-se, o cuidado e a atenção dedicados hoje serão refletidos no bem-estar das futuras gerações.