Ferramenta — que inclui questionários, observações em sala de aula e autoavaliação — é importante para identificar necessidades individuais e garantir o desenvolvimento integral dos alunos
A avaliação socioemocional vem ganhando destaque como uma ferramenta importante no ambiente escolar. Segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), as habilidades socioemocionais são tão importantes quanto as habilidades acadêmicas tradicionais, pois fazem parte da educação integral e influenciam diretamente no desempenho escolar e no bem-estar dos alunos.
O desenvolvimento de práticas socioemocionais nas escolas aumenta a resiliência e a empatia dos estudantes, além de preparar os jovens para enfrentar os desafios do século XXI. Neste post, vamos abordar o que é a avaliação socioemocional, como realizá-la na escola e qual a sua importância.
O que é a avaliação socioemocional?
A avaliação socioemocional é uma ferramenta que busca medir o desenvolvimento de habilidades socioemocionais nos alunos, como empatia, autocontrole, responsabilidade e cooperação. Essas competências são fundamentais para que os estudantes possam lidar com suas emoções, interagir de forma positiva com os outros e resolver problemas.
Trata-se de uma abordagem que pode ser entendida como complementar às avaliações acadêmicas tradicionais, que medem conhecimentos em disciplinas como matemática e português. A avaliação socioemocional se concentra em aspectos comportamentais e emocionais, fornecendo aos educadores uma visão integral do desenvolvimento dos alunos.
Ela pode ser realizada de várias maneiras, incluindo questionários, observações em sala de aula e autoavaliações. O objetivo é identificar áreas de desenvolvimento e necessidades específicas de cada aluno. Com base nelas, os professores podem adaptar suas abordagens e criar estratégias pedagógicas para o desenvolvimento pleno dos estudantes.
Qual é a importância de fazer uma avaliação socioemocional na escola?
A importância da avaliação socioemocional está no fato de que ela ajuda a escola a entender as necessidades emocionais e sociais dos alunos. É a partir dessa compreensão que as instituições de ensino podem começar a aplicar práticas personalizadas e mais adequadas à realidade de seus alunos.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Observatório do Movimento pela Base, estudantes que desenvolvem competências socioemocionais demonstram melhor desempenho acadêmico e maior capacidade de resolver conflitos, além de se tornarem adultos mais resilientes e preparados para os desafios do mercado de trabalho.
Entre os principais benefícios da avaliação socioemocional, destacam-se:
- Melhoria no desenvolvimento socioemocional. Para melhorar as competências socioemocionais dos estudantes, primeiro é necessário entender os pontos fortes e os aspectos a serem desenvolvidos em cada um.
- Redução de problemas de comportamento. Sabendo os motivos pelos quais um aluno tem pouca capacidade de autocontrole ou empatia, por exemplo, os educadores podem tomar medidas, como apoio psicológico, que ajudam a reduzir conflitos em sala de aula e comportamentos agressivos.
- Preparo para a vida adulta. Ao se preocupar em desenvolver habilidades socioemocionais nos alunos, a escola forma adultos mais capacitados para enfrentar desafios profissionais e a colaborar de forma ética com outras pessoas.
- Aumento do bem-estar emocional. Alunos que têm uma percepção mais clara de si mesmos conseguem lidar com o estresse e a pressão, já que compreendem melhor os motivos desses sentimentos, o que contribui para sua saúde emocional.
- Construção de uma comunidade escolar mais saudável. Escolas que promovem o desenvolvimento socioemocional contribuem para uma cultura de respeito, empatia e colaboração.
Competências socioemocionais e a BNCC
A BNCC estabelece que a educação brasileira deve desenvolver competências que considerem todas as dimensões do ser humano — intelectual, física, emocional, social e cultural. Competência é definida como “a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.” A ideia é formar cidadãos capazes de construir uma sociedade mais justa, ética, democrática, responsável, inclusiva, sustentável e solidária.
O documento define dez competências gerais para a educação básica, e várias delas estão relacionadas diretamente ao socioemocional. Por exemplo, o desenvolvimento do pensamento crítico e criativo (competência 2), o autoconhecimento e o autocuidado (competência 8), a empatia e a cooperação (competência 9) e a responsabilidade e a cidadania (competência 10).
Para implementá-las, é necessário que as escolas invistam em capacitação para os professores, que serão os principais responsáveis por integrar essas habilidades às práticas pedagógicas, e em materiais específicos. Segundo uma revisão de estudos do Mental Health America, escolas que implementaram programas socioemocionais observaram um aumento no desempenho acadêmico dos estudantes.
Como avaliar as competências socioemocionais dos alunos?
Para implementar uma avaliação socioemocional, é importante que as escolas sigam um processo estruturado que permita uma análise completa das competências de cada estudante. Esse processo pode ser dividido nas seguintes etapas:
- Defina os objetivos da avaliação: cada escola deve definir quais competências deseja avaliar e desenvolver, considerando o perfil de seus alunos e as diretrizes da BNCC.
- Capacite os educadores: a formação socioemocional dos professores é indispensável para que eles saibam como identificar sinais de dificuldades emocionais e oferecer suporte personalizado aos alunos.
- Aplique a avaliação de forma contínua: o processo de avaliação deve acompanhar o desenvolvimento dos alunos ao longo do tempo, para identificar mudanças e ajustar as práticas pedagógicas conforme necessário.
- Utilize dados para orientar as ações: as informações coletadas na avaliação devem ser analisadas e utilizadas para criar estratégias de intervenção e apoio, personalizando o ensino de acordo com as necessidades de cada aluno.
- Envolva a comunidade escolar: o suporte dos pais e da equipe escolar é essencial para garantir que as habilidades desenvolvidas em sala de aula também sejam valorizadas e reforçadas no ambiente familiar.
Acerca das ferramentas de avaliação, a escola pode optar por questionários padronizados, como o Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ) e o Social Skills Improvement System (SSIS). Também é possível avaliar por meio da observação direta, em que professores treinados podem monitorar e avaliar interações em sala de aula, focando em como os alunos lidam com frustrações, colaboram em grupo e expressam suas emoções, por exemplo.
Outra opção é promover entrevistas dos alunos com psicólogos. Os estudantes também podem criar um diário de habilidades socioemocionais, em que documentam suas experiências ao longo do ano letivo, promovendo a autorreflexão.
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