Afeta a capacidade de identificar, compreender e gerir as próprias emoções e as dos outros
A inteligência emocional é um conceito frequentemente mencionado por palestrantes corporativos, que costumam chamá-la de quociente emocional (QE). Isso porque, assim como o QI (quociente de inteligência) mede habilidades cognitivas e intelectuais, o QE considera a capacidade de reconhecer, entender e gerenciar as próprias emoções e lidar de maneira positiva com as emoções dos outros e influenciá-las.
No Brasil, a ideia de inteligência emocional para crianças está muito presente em escolas, sistemas de ensino e famílias que reconhecem a importância desse aprendizado para o desempenho acadêmico e a vida pessoal dos pequenos. Neste post, vamos explorar o que é a inteligência emocional, por que ela é importante para o desenvolvimento infantil e como os pais e educadores podem promovê-la de maneira prática.
O que é a inteligência emocional?
A inteligência emocional refere-se à capacidade de identificar, compreender e gerenciar as próprias emoções e as emoções dos outros. Esse conceito foi popularizado pelo jornalista científico Daniel Goleman, em seu livro “Inteligência emocional”, publicado no ano de 1955.
Na obra, o autor destaca cinco pilares da inteligência emocional:
- Autoconhecimento: capacidade de identificar e compreender as próprias emoções, reconhecendo como elas afetam os pensamentos e comportamentos. Envolve também a consciência dos próprios pontos fortes, fraquezas, valores e motivações.
- Autorregulação: habilidade de gerenciar emoções, manter a calma em situações de estresse e evitar ações impulsivas.
- Motivação: impulso interno de alcançar objetivos e aprender de forma contínua. Pessoas motivadas são persistentes, mesmo diante de fracassos, e buscam constantemente a excelência em suas ações.
- Empatia: entender e sentir o que outras pessoas estão vivenciando, mesmo sem ter a experiência direta naquela situação.
- Habilidades sociais: incluem competências como comunicação eficaz, capacidade de resolução de conflitos e colaboração.
Em crianças, a inteligência emocional é desenvolvida gradualmente e envolve o reconhecimento de emoções básicas, como felicidade, tristeza, raiva e medo, além da construção de estratégias para expressá-las de maneira saudável. Ao longo do tempo, essa habilidade permite que se tornem mais conscientes de si mesmas e dos outros.
Qual a importância da inteligência emocional para as crianças?
O desenvolvimento da inteligência emocional traz inúmeras vantagens para as crianças. Crianças emocionalmente inteligentes apresentam melhor desempenho acadêmico, relacionam-se de maneira mais saudável com colegas e adultos e têm menos tendência a desenvolver comportamentos agressivos ou de isolamento social.
Um artigo publicado na Revista Panorâmica, da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) detalha como a inteligência emocional tem um impacto positivo direto no aprendizado. As autoras explicam que essas habilidades facilitam a adaptação social e promovem o desempenho acadêmico ao proporcionar um melhor controle sobre as próprias emoções.
Outros benefícios da inteligência emocional para as crianças são:
- Redução do estresse: elas aprendem a lidar melhor com suas emoções, o que as ajuda a controlar a ansiedade em situações desafiadoras.
- Desenvolvimento da resiliência: crianças emocionalmente inteligentes conseguem enfrentar frustrações e lidar com mudanças de forma positiva.
- Fortalecimento da autoestima: elas desenvolvem uma visão mais positiva de si mesmas, pois aprendem a lidar com suas emoções de maneira construtiva.
- Redução de comportamentos agressivos: os pequenos conseguem expressar emoções de maneira equilibrada, o que os ajuda a prevenir comportamentos agressivos ou de isolamento.
- Maior habilidade de resolução de conflitos: a inteligência emocional ensina as crianças a resolverem conflitos de forma pacífica e cooperativa.
- Preparação para o futuro: com essas habilidades, as crianças ficam mais preparadas para os desafios emocionais e sociais que surgem na vida, promovendo uma convivência social mais saudável.
Como trabalhar a inteligência emocional das crianças?
Desenvolver a inteligência emocional das crianças exige uma abordagem integrada entre família e escola. Algumas práticas podem ser adotadas para promover essas habilidades desde a infância, como:
Incentivar a expressão de sentimentos
Permitir que as crianças expressem o que sentem sem julgamentos é essencial. Se uma criança está irritada ou triste, não se deve invalidar seus sentimentos. É importante oferecer um espaço seguro onde ela possa se expressar e, gradualmente, aprender a lidar com essas emoções de maneira construtiva.
Ensinar a reconhecer as emoções
Conversar sobre sentimentos é uma boa maneira de ensinar as crianças a identificá-los. Perguntas como “Como você está se sentindo hoje?” ou “Por que acha que está triste?” ajudam as crianças a associar sentimentos a palavras, facilitando o entendimento de suas próprias emoções.
Promover a empatia
Ensinar as crianças a entenderem os sentimentos e as emoções do outro é importante para o desenvolvimento social. Atividades em grupo em que elas precisam ouvir e respeitar a opinião dos colegas, além de ações voluntárias, ajudam-nas a entender o valor da empatia.
Oferecer estratégias de autorregulação
Exercícios de respiração e técnicas de mindfulness são ferramentas úteis para ensinar as crianças a controlar suas emoções em momentos de estresse ou raiva. Práticas simples, como contar até dez antes de reagir, nomear cores no ambiente, podem ser ensinadas de forma lúdica, mostrando que elas têm controle sobre suas reações.
Estimular as habilidades sociais
Jogos e atividades de interação em grupo são ótimos para desenvolver habilidades como trabalho em equipe e comunicação. Essas experiências ensinam as crianças a negociar, ouvir e resolver conflitos de maneira pacífica.
Incentivar a prática da gratidão
Ser grato envolve reconhecer o que há de bom na vida, seja nas outras pessoas, na natureza ou em conquistas pessoais. Ensine as crianças a refletirem sobre o que as deixa gratas, ajudando-as a desenvolver uma atitude positiva em relação ao mundo e promovendo o sentimento de bem-estar.
Ser o exemplo
Os pais, responsáveis e educadores têm o papel de ser um modelo de inteligência emocional para crianças e saber lidar com suas próprias emoções. Além das atitudes, isso pode ser reforçado ao falar sobre como se sentem em algumas situações e como lidam com esses sentimentos.
Veja também:
- Aprendizagem emocional: fator essencial na educação das crianças
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