Empatia e cidadania: a importância de explorar habilidades interpessoais no ambiente escolar

Uma imprescindível qualidade do ser humano é a capacidade de se relacionar com o outro. As habilidades interpessoais são fundamentais em qualquer idade, e devem começar a ser exploradas na escola. A criança deve aprender a viver de forma saudável, harmônica, empática e colaborativa com colegas, professores e colaboradores. Por isso, separamos as formas mais eficazes de estimular esses comportamentos nos alunos. Boa leitura!

As relações saudáveis na prática

Lidar com crianças e adolescentes é tarefa muito desafiadora que requer propósito e visão. A instituição de ensino tem de desenvolver métodos para trabalhar a coletividade e a empatia entre pessoas totalmente diferentes.

Há uma forma eficaz organizada pelo programa Líder em Mim (LEM), e que consiste, em síntese, nesses momentos. Vitória particular: o aluno desenvolve habilidades para gerenciar a própria vida, liderar a si mesmo e lidar com as suas necessidades individuais. É a chamada eficácia pessoal: autoconhecimento, disciplina, visão de mundo, iniciativa; Vitória pública: fortalece competências que ajudam o indivíduo a administrar relacionamentos e a lidar com o outro, liderar relacionamentos. É a chamada eficácia interpessoal: colaboração criativa, comunicação, humildade, celebração das diferenças;

Podemos falar também em Vitória particular diária, ou seja, o estímulo para o estudante manter-se saudável, em todos os sentidos. A união dessas iniciativas gera mudanças de dentro para fora no aluno. A partir do autoconhecimento, do autocuidado e da melhor compreensão sobre cultivo de confiança, ele se sente mais seguro para construir relações saudáveis e, consequentemente, mantê-las.

Essas habilidades são ensinadas por meio de textos, dinâmicas, reflexões e, por meio de abordagens integradas que os professores fazem, em seus componentes curriculares, na rotina escolar, tais abordagens integradas são possíveis por causa de uma formação continuada dos professores em autoconhecimento e competências socioemocionais.

“Nossos alunos são estimulados, por exemplo, a construir uma ‘Conta Bancária Emocional’ robusta, com muitos depósitos, e, se possível, sem retiradas. Depósitos para nós são reconhecimentos de grandezas, pontos fortes, gentilezas, arrependimento sincero diante do erro, agradecimento, etc. A Conta Bancária Emocional é uma metáfora para cuidar da construção de carinho e de confiança entre os integrantes de um grupo. O contrário disso seriam retiradas”, conta Ednalda Farias Umada, Assessora Pedagógica do Líder em Mim.

As crianças e os adolescentes devem ser orientados a praticarem uma escuta empática, ouvir com olhos, ouvidos e coração, desde a interpretação de um pedido, até a percepção se o outro realmente entendeu o que ele disse – e a buscarem uma terceira alternativa.

Por isso, há três hábitos altamente eficazes aplicados pelo programa: Pensar Ganha-Ganha, Primeiro Compreender para Depois ser Compreendido e Criar Sinergia.

O primeiro desenvolve o benefício mútuo, o aluno tem de perceber que  pode criar coragem para compartilhar ideias e, claro, ficar feliz com a vitória dos outros.

O segundo, por sua vez, é fundamentado pelo respeito e empatia. O estudante aprende a ouvir com ouvidos, olhos e coração (escutar com a intenção de entender, evitando respostas autobiográficas e fazendo perguntas esclarecedoras).

Por fim, o Criar Sinergia é a busca pela solução de problemas de forma eficaz, valorizando as diferenças e buscando uma terceira alternativa, com humildade e colaboração criativa.

A liderança é fundamental na criação do senso de individualidade e protagonismo do aluno.  É a melhor forma de ensinar os estudantes a valorizarem as relações, sem esquecer de defender aquilo que acreditam.

Em suma, todos se sentem pertencentes e se envolvem no programa – há um senso de humildade e de cooperação. “Eles aprendem que nenhum homem é uma ilha, vivemos em sociedade, e isso é um excelente recurso para produzirmos mais e melhor”, diz Ednalda.

Se você conhece a si mesmo, você controla a si mesmo e desenvolve poder sobre si. Assim fica mais fácil gostar de si, de forma mais profunda, espontânea e duradoura. Essa verdadeira independência, foco dos hábitos 1, 2 e 3, é uma conquista que possibilita aos seres a interdependência eficaz, ou seja, a construção de relacionamentos ricos. Esse bom relacionamento em sala dá, por exemplo, mais motivação aos alunos para estudar e aprender. Além do mais, colabora com a melhora do comportamento da classe, diminuindo conflitos, aumentando confiança.

Todos estão envolvidos

A importância dessas habilidades interpessoais deve ser reforçada, principalmente, com a modelagem do professor, para que ele não aja como uma figura controladora e exigente, mas sim evoque o melhor das pessoas, empoderando os membros da equipe em vez de controlá-los. O correto é atuar como mediador, uma pessoa que apoia a autonomia da classe.Isso significa que o docente tem missões como: dar voz aos alunos e construir relacionamentos de confiança. Ele deve acreditar que a criança ou o adolescente é capaz de buscar, sozinho, soluções criativas.

O professor deve encorajar o estudante a pensar e apoiá-lo durante a execução da atividade. Se algo der errado, ele se mostra à disposição para ajudar a refazer. “Nesse sentido, o aluno sente-se seguro para atuar, pois sabe que não está sozinho e que seu potencial será valorizado e sua voz será ouvida”, explica Ednalda.

Essa confiança, combinada a outras iniciativas, exercita a boa comunicação, a escuta, a análise, a empatia, a educação, a responsabilidade, a cidadania e outras diversas habilidades interpessoais indispensáveis.

“O professor passa a ser o modelo a ser seguido, a referência para aquele espaço. Se o que se quer é ter estudantes com altas habilidades de relacionamentos interpessoais, todo o corpo docente precisa ser alinhado e trabalhado nessas habilidades também”, orienta Fabiana Pereira de Santana, Assessora Pedagógica do Líder em Mim.

Porém, engana-se quem acredita que essas estratégias se restringem à sala. Familiares, comunidade e funcionários também estão envolvidos, pois crescer em um ambiente saudável e conviver com bons exemplos é a melhor forma de ensinar crianças e adolescentes.

Claro, são métodos que, em um primeiro momento, levam tempo para o alcance de resultados, pelas características dessa faixa etária entre outros fatores. Mas, quando eles adquirem autonomia, sentem-se pertencentes ao grupo e respeitados nos ambientes, há uma economia de tempo que antes era empregado para correções de condutas, para retomadas de foco, diálogos equivocados devido à baixa autoestima e até punições.

“Quando há colaboração, empatia, o desenvolvimento de projetos que integram a equipe, e os estudantes vivenciam esse ambiente colaborativo, as chances de se desenvolverem mais plenamente são cada vez mais potencializadas”, finaliza Fabiana.

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