Com a introdução da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a educação brasileira passou por uma transformação significativa. O foco se voltou para o desenvolvimento integral do aluno e a escola deixou de ser vista apenas como um lugar de transmissão de conhecimento.
Nesse novo cenário, surgiram os direitos de aprendizagem e desenvolvimento, pilares que orientam o trabalho pedagógico.
Para nós, que trabalhamos com a formação de líderes e cidadãos do futuro, entender esses direitos é fundamental. Eles não apenas garantem um aprendizado mais completo, mas também promovem o protagonismo e a autonomia dos estudantes. Afinal, a aprendizagem acontece de forma mais significativa quando o aluno é o protagonista de sua jornada.
O que são os 6 direitos de aprendizagem
Os seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento são os princípios que a BNCC estabelece para a Educação Infantil, garantindo que as crianças vivenciem e explorem o mundo de forma plena e significativa.
Eles representam o foco da prática pedagógica na escola, buscando o desenvolvimento integral da criança em todas as suas dimensões: física, emocional, social, intelectual e cultural.
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Quais são os 6 direitos de aprendizagem no Brasil
Aprofundamos cada um dos seis direitos e suas implicações práticas no ambiente escolar, reforçando o papel do professor como mediador e facilitador desse processo. Veja:
1. Conviver
O direito de conviver vai além da simples socialização. Ele se refere à capacidade da criança de interagir em diferentes contextos, com colegas, adultos e a comunidade escolar em geral. Isso acontece quando ela participa de brincadeiras em grupo, compartilha materiais e espaços e aprende a negociar e a resolver conflitos de forma pacífica.
O professor, nesse cenário, é o responsável por criar um ambiente acolhedor, onde as diferenças culturais e individuais são valorizadas e respeitadas.
A convivência permite que a criança entenda o outro, desenvolva a empatia e construa sua identidade, percebendo-se como parte de um coletivo.
2. Brincar
Na educação infantil, o brincar é a principal forma de aprender. É através do jogo simbólico, das brincadeiras de faz de conta e das atividades lúdicas que a criança desenvolve sua criatividade, imaginação e capacidade de resolver problemas.
É no brincar que ela expressa emoções, experimenta papéis sociais e entende as regras do mundo.
O papel do educador é garantir que a criança tenha tempo, espaço e materiais adequados para brincar, seja de forma livre ou em atividades dirigidas.
O professor também pode observar as brincadeiras para identificar os interesses e as necessidades de cada criança, tornando o processo de aprendizagem mais significativo.
3. Participar
O direito de participar coloca a criança como protagonista de sua própria aprendizagem. Isso significa dar a ela voz ativa nas decisões que afetam sua vida escolar, como a escolha de um projeto ou a organização da sala de aula.
A participação também envolve o incentivo à colaboração em atividades coletivas, onde a criança tem a oportunidade de dar ideias, fazer perguntas e opinar sobre os assuntos abordados.
Ao participar ativamente, a criança desenvolve a autonomia, o senso de responsabilidade e de pertencimento, elementos essenciais para a formação de um cidadão crítico e engajado.
4. Explorar
O direito de explorar está diretamente ligado à curiosidade natural da criança. Ele incentiva a investigação do mundo por meio dos sentidos, do toque, do cheiro e da observação.
A exploração acontece quando a criança manuseia diferentes objetos, explora a natureza, participa de experimentos e tem contato com diversas linguagens, como a musical e a plástica.
O educador é o mediador desse processo, criando ambientes e atividades que estimulem a curiosidade e o raciocínio lógico. Ao explorar, a criança aprende a fazer novas descobertas, a formular hipóteses e a buscar respostas para suas perguntas.
5. Expressar
As crianças se comunicam de muitas formas, e o direito de expressar garante que todas elas sejam valorizadas. A expressão vai desde a fala e a escrita até o movimento corporal, a dança, a música e o desenho.
É a liberdade de usar diferentes linguagens para se comunicar e para dar sentido ao mundo.
Na prática, o professor deve oferecer à criança a oportunidade de se expressar de diversas maneiras, criando momentos para contação de histórias, peças de teatro e atividades artísticas, onde ela possa colocar para fora suas ideias, sentimentos e emoções.
6. Conhecer-se
O direito de conhecer-se é a base para o desenvolvimento da autoestima e da inteligência emocional. Ele estimula a criança a construir sua identidade, a reconhecer seus limites, suas preferências e a valorizar quem ela é.
O autoconhecimento acontece quando a criança tem a oportunidade de refletir sobre suas emoções, de reconhecer suas conquistas e de aprender a lidar com as frustrações.
O papel do professor, neste caso, é de grande importância e é por isso que a escola deve seguir oferecendo formações continuadas com temas inovadores. Ele deve criar um ambiente seguro, onde a criança se sinta acolhida para ser quem ela é, sem julgamentos. Ao se conhecer, a criança aprende a respeitar a si mesma e, consequentemente, a valorizar e a respeitar o outro.

Como a escola pode aplicar os 6 direitos de aprendizagem
O sucesso na aplicação dos seis direitos de aprendizagem está diretamente ligado à forma como a escola e seus educadores planejam e executam o currículo. Trata-se de uma mudança de perspectiva, trazendo uma educação mais contemporânea, onde a criança é o centro do processo educativo, e não apenas um receptor de informações.
1. Conviver
- Rodas de conversa: Organize momentos diários para que as crianças compartilhem suas experiências, ideias e sentimentos.
- Projetos em grupo: Estimule o trabalho em equipe, com projetos que exijam a colaboração entre os alunos para alcançar um objetivo comum.
- Mediação de conflitos: Ajude as crianças a resolverem suas desavenças de forma pacífica, com conversas que estimulem a empatia e o respeito.
2. Brincar
- Cantos temáticos: Crie espaços na sala de aula com brinquedos e materiais que estimulem a imaginação, como o “cantinho da cozinha” ou o “cantinho do consultório médico”.
- Brincadeiras ao ar livre: Utilize o pátio, a quadra e o parque para atividades que exijam movimento e interação com a natureza.
- Jogos de regras: Introduza jogos que ensinem as crianças a seguir regras, a esperar a sua vez e a lidar com a vitória e a derrota.
3. Participar
- Votação de projetos: Deixe que as crianças participem da escolha de temas de projetos, como a horta da escola, a criação de uma peça de teatro ou a organização de uma exposição de artes.
- Assembleia de classe: Realize reuniões periódicas para que os alunos possam discutir regras da sala, sugerir melhorias e resolver problemas coletivamente.
- Rotinas com voz ativa: Permita que as crianças ajudem a definir e organizar as rotinas diárias, como a distribuição de materiais e a organização do espaço.
4. Explorar
- Experiências sensoriais: Crie atividades que permitam às crianças explorar diferentes texturas, cheiros, sabores e sons, como a manipulação de argila, a exploração de sementes e a audição de diferentes estilos musicais.
- Saídas de campo: Promova visitas a locais como parques, museus e bibliotecas para que as crianças explorem e observem o mundo fora da sala de aula.
- Laboratório de ciências: Incentive a curiosidade por meio de experimentos simples, onde as crianças possam formular hipóteses e observar resultados.
5. Expressar
- Ateliês de artes: Disponibilize diferentes materiais como tintas, argila, giz de cera, papéis, sucatas, para que as crianças se expressem livremente.
- Contação de histórias: Crie momentos para que as crianças contem suas próprias histórias, com o uso de fantoches, adereços e a participação de outros colegas.
- Aulas de música: Ensine as crianças a se expressarem por meio da dança, do ritmo e do som, utilizando o corpo e instrumentos musicais.
6. Conhecer-se
- Espelho da emoção: Coloque um espelho na sala para que as crianças observem suas expressões faciais e aprendam a nomear suas emoções, como alegria, raiva e tristeza.
- Autorretratos: Incentive as crianças a desenharem a si mesmas, observando suas características físicas e valorizando a individualidade.
- Histórias de vida: Reserve momentos para que as crianças compartilhem histórias sobre suas famílias e suas tradições, promovendo o autoconhecimento e a valorização de suas raízes.
A aplicação desses direitos não é uma tarefa complexa, mas exige um olhar atento do educador para o desenvolvimento integral da criança.
Chegamos ao fim da nossa jornada pelos seis direitos de aprendizagem, um conjunto de princípios que reforça a visão de que a criança é o centro do processo educativo. Ao garantir o conviver, o brincar, o participar, o explorar, o expressar e o conhecer-se, as escolas preparam os alunos não apenas para os desafios acadêmicos, mas também para a vida.
Essa abordagem se alinha perfeitamente com a filosofia do programa O Líder em Mim. A nossa metodologia, baseada nos 7 Hábitos de Líderes Altamente Eficazes, empodera as crianças para que elas se tornem protagonistas de suas próprias histórias, desenvolvendo autonomia, responsabilidade e empatia.
Ao unir a prática dos direitos de aprendizagem com os princípios de liderança, as escolas podem formar cidadãos mais confiantes, engajados e preparados para fazer a diferença no mundo. Agende aqui uma conversa com o nosso especialista e eleve o nível da sua escola!