Confiança e autoconhecimento: estratégias para formar estudantes mais seguros

Saber planejar, estabelecer metas e administrar o tempo são algumas ações práticas para desenvolver essas competências

Stephen M. R. Covey, autor do livro “A velocidade da confiança: o elemento que faz toda a diferença”, cita que a confiança está relacionada à certeza de que a pessoa com quem você se relaciona, seja pessoal ou profissionalmente, não lhe esconde nada e é sincera. Ele ainda nos diz que o oposto da confiança é a desconfiança, que é a suspeita sobre essa sinceridade.

Fabiana Santana, assessora pedagógica do Líder em Mim, explica que confiar está ligado a integridade e competências, enquanto desconfiar está relacionado a intenções e atitudes. “As nossas experiências como adultos nos forjam, por meio das interações ao longo das nossas vidas, a termos um maior ou menor grau de confiança em nossos relacionamentos.”

Já o autoconhecimento relaciona-se com a confiança porque é capaz de gerá-la. “Quanto mais eu me conheço, mais confiante eu sou em demonstrar minhas habilidade e competências”, destaca a assessora. “Também aprendo a reconhecer e gerenciar melhor minhas ‘fraquezas’ ou pontos de melhoria”.

Confiança e autoconhecimento para um melhor aprendizado

Segundo Fabiana, para os estudantes, sejam crianças ou adolescentes, estar em um ambiente em que se sintam seguros e confiantes em relação aos processos que envolvem a aprendizagem pode gerar uma maior estabilidade emocional e, consequentemente, um melhor aproveitamento acadêmico.

Além disso, um ambiente em que a confiança seja um dos alicerces, abre espaço para a experimentação, por parte dos estudantes, em relação ao autoconhecimento. “Só somos sinceros quando estamos num ‘ambiente seguro’, em que a integridade seja um dos valores trabalhados e reconhecidos”.

O autoconhecimento também está ligado diretamente à eficácia pessoal. Algumas competências podem ajudar os estudantes a alcançarem suas vitórias particulares diárias no processo de ensino e aprendizagem.

Segundo o livro “Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes”, do autor Stephen Covey, uma dessas competências é a autorregulação, que é a capacidade de se responsabilizar pelas próprias ações por meio da conscientização dos pensamentos, sentimentos e emoções. Ela faz parte da inteligência intrapessoal e capacita os alunos a liderarem consigo mesmos de maneira cada vez mais eficaz.

Estratégias práticas para ajudar os estudantes a se autoconhecerem

Na busca pelo autoconhecimento, os estudantes precisam ser estimulados a desenvolver e aprimorar três competências, que podem auxiliá-los a reconhecer e utilizar suas próprias forças. A assessora pedagógica enumera:

Visão

É a capacidade de desenvolver planejamento e metas futuras. Ela é guiada pela chamada missão pessoal, construída por meio da reflexão do que é mais importante na vida pessoal desse estudante, ou seja, aquilo que lhe dá um senso de propósito e de direção ligado ao esclarecimento de valores, planejamento futuro e definição de metas. Para os estudantes que têm o Programa Líder em Mim em suas escolas, a missão pessoal é construída e revisitada anualmente, para que consigam ter clareza se estão alcançando o propósito definido.

Gestão do tempo

É a capacidade de priorizar e planejar o próprio tempo. A autodisciplina para seguir em frente e a flexibilidade devem ser praticadas para garantir que as mudanças no planejamento não impactem sua eficácia pessoal. Envolve priorização, disciplina e adaptabilidade. No Programa Líder em Mim, os estudantes aprendem a utilizar ferramentas de liderança como Quadro de Priorização, Planejador de Metas, Fluxograma e Gráfico de Gantt, por exemplo, na busca por uma maior eficácia de suas ações ligadas à gestão do tempo.

Pensamento de ordem superior

É a capacidade de usar bem a mente. Sintetizar, analisar e criar, podendo habilmente utilizar o conhecimento aprendido em novas situações e em seu próprio conhecimento de vida, bem como obter os pensamentos crítico e criativo para a resolução de problemas. Para o desenvolvimento dessa competência, é sugerido o uso de mais duas ferramentas de liderança: a Tempestade de Ideias — também chamada de Brainstorm — e o Criador de Sinergia. Em ambas, uma proposta ou problema é apresentado e, de maneira individual ou coletiva, são feitas análises ou sugestões de possibilidades de resolução.

Como a família e a escola podem promover autoconfiança e autoestima nos alunos?

Em primeiro lugar, de acordo com Fabiana, a família precisa conhecer a escola, seus processos, sua missão, seus valores e sua visão para uma educação de qualidade, de forma a estabelecer uma parceria de confiança com ela. “Pais inseguros em relação a esses processos tendem a transferir essa insegurança para os filhos”, ressalta.

Já os pais que são parceiros da escola formam a ponta da tríade escola/família/estudante, necessária para uma educação que atenda as demandas de uma aprendizagem eficaz no século 21. “Quanto mais a família é parceira da escola, entendendo seus processos e transferindo essa segurança para seus filhos, teremos estudantes cada vez mais empoderados para buscar, no ambiente escolar, esse espaço de experimentação e crescimento como um ser integral, pronto para os desafios de hoje”.

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