O período dos vestibulares é uma verdadeira maratona, sendo necessário um preparo físico, mental e emocional para além da rotina de estudos e das estratégias de prova. Todos esses pilares precisam estar equilibrados, pois quando um deles não está, há um impacto direto na vida do estudante. Porém, caso trabalhados e de maneira acertiva ao longo de todo o preparo para as provas, o aluno terá a tranquilidade e a concentração necessárias para atingir todo o seu potencial e, consequentemente, conquistar os melhores resultados.
Edy Umada, assessora pedagógica do Programa Líder em Mim, explica como trabalhar essas três áreas (mental, física e emocional) ao longo do percurso, e não apenas perto da linha de chegada: estudo constante – com bons materiais – e boas e saudáveis horas de estudo (mental); prática de simulados para treinar a cadência de resolução de questões em provas longas e intensas (física); e o trabalho de habilidades como resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade (emocional). “Isso porque nem todos os acontecimentos da nossa vida podem ser previstos e desenvolver essas práticas fará com que o aluno busque as melhores soluções para todas as não conformidades que possam aparecer.”
Porém, como trabalhar essas competências e habilidades socioemocionais durante esse período tão conturbado? Como as competências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – autoconhecimento e autocuidado, autogestão, autonomia e responsabilidade, empatia e cooperação – podem levar a um vestibular menos estressante e feito com mais confiança? Edy Umada explica o melhor caminho:
Habilidades necessárias para todo vestibulando
O vestibulando deve ter em mente que o seu preparo acadêmico não se resume aos meses antes da prova, mas está atrelado a toda sua jornada de estudo, em especial nos três anos de Ensino Médio. “Isso porque muitos candidatos ficam extremamente inseguros em relação ao seu preparo e conhecimento, e essa insegurança, muitas vezes, é um gatilho para várias emoções que bloqueiam seu raciocínio e podem prejudicar bastante seu desempenho nos vestibulares.” explica Edy. Exatamente por isso, o preparo emocional não é algo que se faça de véspera. Para o aluno, é necessário apoio constante e confiança em seu potencial, além de foco nesse preparo, que precisa ser gradual.
A época dos vestibulares pode ser extremamente estressante e ter habilidades que conduzam a relacionar-se melhor consigo mesmo e com os outros propicia atravessar esse período com sabedoria, bom senso e sucesso, além do desenvolvimento de confiança, autogestão, resiliência e empatia, que são habilidades mencionadas como fundamentais, pois dão estrutura para o preparo das três áreas já mencionadas. Um aluno que possui capacidade de autogestão, por exemplo consegue gerenciar sua própria rotina, seus objetivos, as tarefas que precisa cumprir, sua organização e seus resultados. Já a resiliência o ajudará a não desistir diante dos obstáculos e a ter resistência às adversidades. A empatia leva as pessoas a terem um olhar mais complacente para com as atitudes dos outros, compreendendo os sentimentos que os impulsionam, sem cultivar rancores ou culpas. Isso permitirá que as emoções estejam sob seu comando.
Quando desenvolvidas essas competências durante a jornada, as notas e o desempenho geral do estudante tendem a ser mais altos. Estudos comprovam que estudantes com habilidades socioemocionais atingem notas superiores em testes padronizados, além de aprenderem ⅓ a mais de matemática no ano letivo, sendo reconhecidos como mais responsáveis, focados e organizados. Esse bom desempenho acadêmico exige empenho, num trabalhado realizado com constância e intencionalidade.
“Para além dos vestibulares, teremos um cidadão mais independente e confiante, munido de consciência, estabilidade emocional, abertura a novas experiências, amabilidade e extroversão. Todos esses ingredientes propiciam ações diárias que levam ao bom desempenho acadêmico, uma vez que o aluno consegue aproveitar todas as oportunidades de aquisição de conhecimento, lidando consigo mesmo e com os outros. Torna-se agente de seu próprio desenvolvimento.” explica Edy.
Como manter a calma e a confiança na hora da prova
Toda essa preparação já mencionada culmina em um momento mais tranquilo para a execução da prova, lembrando que manter a calma e a confiança faz parte do autocontrole. No entanto, Edy Umada menciona que o preparo nos momentos finais que precedem as provas merece atenção especial.
Ela menciona que são necessárias horas adequadas de sono no dia anterior à prova (no mínimo oito) para um bom descanso do corpo e da mente. Esse mesmo cuidado pode até ser feito com maior antecedência, ou seja, ir diminuindo o ritmo dos estudos nos últimos dias que precedem a prova e começar a descansar a mente. É comum que os vestibulandos estudem intensamente por horas, comprometendo assim o tempo mínimo de sono. Quanto mais próximo ao dia da prova, o ideal é deixar de lado o estudo intensivo e fazer pequenas revisões, confiando no processo que vem sendo feito ao longo de um ano, ou mesmo dos vários anos. Também é indicado praticar exercícios físicos leves e alimentar-se bem, garantindo um conforto físico nas horas de concentração que serão empregadas na execução da prova.
No dia anterior ao vestibular, o aluno deve separar e organizar os materiais e documentos necessários para a realização da prova, bem como estudar o percurso, tempo de deslocamento e o meio de condução que o levará ao local da prova.
E, por fim, tentar relaxar, divertir-se, fazer atividades tranquilas e prazerosas na véspera da prova. Todos esses cuidados, uma vez não observados, podem gerar algum ponto de estresse, que, somado ao momento de pressão, podem criar uma desestabilização emocional do jovem – até mesmo para o mais bem preparado dos candidatos. Logo o físico, o mental e o emocional precisam ser cuidados igualmente para o equilíbrio e a conquista dos resultados e sucesso esperados.