As competências socioemocionais são o caminho para um futuro mais sustentável

Não é segredo para ninguém que as crianças são o futuro. Mas além de serem o futuro, elas ficarão responsáveis por construí-lo de maneira eficaz e sustentável. É por isso que o programa Líder em Mim (LEM) usa habilidades socioemocionais para construir cidadãos com mais consciência global, engajamento cívico e responsabilidade em relação ao meio ambiente e à vida, esclarecimento de visão, ação inspiradora.

A partir de competências essenciais, como mencionadas anteriormente e iniciativas lúdicas, o aluno cria discernimento sobre os assuntos, como seus pontos fortes, os desafios na nossa comunidade local e global, passando a usar seus talentos e capacidades únicas.

Um passo fundamental, porém, é trabalhar os princípios de eficácia para que alunos agindo com base neles, gerem as mudanças. A criança precisa aprender, a resolver problemas com agilidade e, claro, buscar soluções eficientes e duradouras. Um método bem-sucedido para esse objetivo é o “pensar Ganha-Ganha”.

“O aluno é levado a considerar não só os seus próprios ganhos, como o ganho de terceiros. Eles aprendem a equilibrar coragem e consideração. Nesse sentido, suas ações precisam ser pensadas, pois trarão consequências futuras”, explica Ednalda Farias Umada, Assessora Pedagógica do Líder em Mim.

Ao mesmo tempo, os hábitos focados pelo programa ensinam habilidades essenciais à criança. Umas mais importantes do que as outras no quesito sustentabilidade, todas essenciais para que o educando seja protagonista de sua própria vida e autor da transformação da sociedade. São elas:

Hábito 1 (Seja proativo): responsabilidade, escolha, iniciativa e respeito;

Hábito 2 (Comece com um objetivo em mente): visão, comprometimento e propósito;

Hábito 3 (Faça primeiro o mais importante): disciplina, foco, integridade e priorização;

Hábito 4 (Pense Ganha-Ganha): abundância, benefício mútuo e justiça;

Hábito 5 (Procure primeiro compreender e depois ser compreendido): respeito, empatia e coragem;

Hábito 6 (Crie sinergia): criatividade, cooperação, diversidade e humildade;

Hábito 7 (Afine o instrumento): equilíbrio, melhoria contínua e renovação.

De acordo com Ednalda, o “cidadão melhor que queremos para nossa sociedade usará um pouco de cada uma dessas habilidades para uma vida de realização e contribuição”. Essas competências são vividas de forma individual e em sala de aula, no quesito coletivo, afinal a sustentabilidade é uma construção social. Para isso, o LEM conta, por exemplo, com a prática de “Papéis de Liderança”.

Cada aluno assume uma responsabilidade, por um tempo predeterminado pela turma, e deve garantir o bom funcionamento da aula com o cumprimento daquele papel. Um deles será o “Líder da Sustentabilidade”, encarregado de ensinar os colegas a usar corretamente os recursos, como as luzes e o ventilador.

Também há o “Líder da Coleta Seletiva”, que cria estratégias para que todos descartem corretamente o lixo, e o dos “Achados e Perdidos”, responsável por mostrar aos colegas a importância de valorizar os próprios pertences e evitar o consumismo. Para que essas iniciativas sejam ainda mais eficazes, o programa une e treina todo o corpo docente. Assim, os alunos convivem com bons exemplos e se sentem inspirados a fazer o mesmo.

As escolas organizam campanhas voltadas à valorização do meio ambiente, como a coleta seletiva, a arrecadação de objetos – que podem ser reaproveitados, como lacres, latas de alumínio e tampas plásticas –, a redução da produção de lixo, a aplicação dos 5 Rs (repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar), entre outras.

As crianças, inclusive, são incentivadas a envolver toda a comunidade nas iniciativas, com o pensamento “ensine para aprender”. O resultado, na maioria das vezes, é extremamente satisfatório. Esse é o caso de uma turma do Ensino Fundamental – Anos Iniciais (5º ano) do Colégio Master Anglo Araraquara, de São Paulo. Os alunos estimularam tanto a participação dos pais na arrecadação de tampas plásticas que a coleta bateu um recorde: sozinhos, eles atingiram metade da meta da escola.

Para além dos muros institucionais, há projetos que beneficiam terceiros. O “Meias que Salvam” transforma meias usadas em cobertores para moradores de rua. Tampas de plástico também já foram vendidas, e o valor arrecadado foi usado na reforma de uma Santa Casa.

Todos os projetos são criados e dirigidos por alunos, porque é imprescindível explorar os seus potenciais e a capacidade de solucionar, de forma efetiva, problemas sociais e pessoais, enquanto exploram sua jornada de autoconhecimento e fortalecimento interior.

“A criança e o adolescente têm o poder de enxergar possibilidades que, muitas vezes, nós adultos não vemos. Isso porque são de uma geração com mais acessos a amplos recursos. Nossos alunos são de uma geração que aprende a fazer fazendo, eles têm potencial e criatividade suficiente para grandes transformações”, afirma Ednalda.

Mudanças de hábitos no ambiente escolar são capazes de construir relações mais positivas dentro e fora da escola. Com o LEM, os alunos conseguem repensar os próprios comportamentos, atitudes e modos de pensar e de sentir. Eles se preparam para as constantes mudanças sociais, comuns no século XXI.

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