Aprendizagem emocional: fator essencial na educação das crianças

É impossível separar a emoção da razão. Não se pode compreender a aprendizagem sem reconhecer o papel das emoções para a cognição humana. É o que diz um estudo da Universidade de Lisboa, que buscou reconhecer a importância do desenvolvimento social e emocional dos indivíduos no ambiente escolar. O autor do artigo afirma que a emoção guia a atenção, que por sua vez orienta a memória e a aprendizagem. “Sem uma adequada regulação emocional, nenhuma competência cognitiva, como aprender a tocar violino ou a ler e a escrever, pode ser construída e produzida em termos comportamentais com fluência e expressividade”.

Por outro lado, o despreparo emocional dos alunos pode prejudicar o desempenho acadêmico. No teste internacional Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) por exemplo, os estudantes brasileiros demonstram dificuldade na gestão do tempo — muitos não conseguem nem terminar de resolver todas as questões. Assim, as instituições de ensino não podem ignorar a aprendizagem emocional no processo educacional das crianças. Não é possível ter avanços no conhecimento técnico sem antes prestar atenção nessas questões. Neste artigo, vamos explicar quais são as vantagens de um ensino que leva esses aspectos em consideração e como o Líder Em Mim desenvolve essas habilidades nas escolas.

Aprendizagem emocional na infância

Fabiana Pereira, assessora pedagógica do Líder em Mim, conta que a aprendizagem emocional tem a ver com o desenvolvimento de competências relacionadas as inteligências intra e interpessoal, que compõem o que chamamos de inteligência emocional. Quanto mais ela é desenvolvida, maior é o avanço na formação de habilidades que tornam o indivíduo mais seguro e resiliente, como:

  • autorregulação;
  • responsabilidade;
  • autogestão;
  • empatia;
  • trabalho em equipe;
  • resolução de problemas.

A inteligência emocional também pode ser um caminho para alunos que enfrentam problemas de aprendizagem, segundo um estudo da Escola Superior de Educação João de Deus, também de Portugal. “As dificuldades de aprendizagem foram frequentemente atribuídas a déficits cognitivos. No entanto, hoje aceita-se a hipótese de que possam ter origem em problemas de relacionamento da criança, ou seja, podem estar relacionadas à inteligência emocional.”

A autora do artigo disserta sobre o entendimento equivocado de que para se ter sucesso na vida basta ser inteligente e ter força de vontade. “Cada vez mais, o sucesso depende de diversos fatores (…). As relações interpessoais, a capacidade de trabalho em grupo, de se ouvir e escutar o outro, de se colocar na posição de outra pessoa são fundamentais num mundo cada vez mais interconectado por redes e em que cada vez mais o trabalho é desenvolvido em equipe.”

Todos esses aspectos podem ser aprimorados por meio de um ensino que prioriza as competências socioemocionais. Quanto mais cedo esse aprendizado começar, mais rápido os resultados vão aparecer. As crianças expostas a essa educação crescem com a capacidade de identificar, entender e regular suas emoções, sendo mais propícias a encarar os desafios com mais prudência e racionalidade, sem ignorar seus próprios sentimentos no processo.

Dessa forma, a aprendizagem emocional traz vantagens que vão além do aspecto acadêmico. Ela desempenha um papel fundamental na formação de indivíduos equilibrados e socialmente competentes, contribuindo para o sucesso na escola e na profissão, o bem-estar emocional e as habilidades de liderança.

O programa Líder Em Mim para a educação das crianças

Outra pesquisa publicada na revista “Research, Society and Development” apontou a importância de validar os sentimentos das crianças para seu desenvolvimento pessoal. Os autores explicam que a falta de orientação emocional na infância pode influenciar os processos físicos e mentais do indivíduo, e que a identificação e validação dos sentimentos é essencial para a formação humana.

“Os fatores que levam as crianças a reprimirem as emoções são ausência de conhecimento para conseguirem compreender e expressar os sentimentos, o uso desregulado da tecnologia porque limita sua convivência com outras pessoas e (…) a falta de validação por partes dos responsáveis”, diz o estudo.

A ideia da abordagem do Programa Líder em Mim é não apenas reconhecer, mas promover ativamente o desenvolvimento emocional dos estudantes. Há um suporte tanto para a instituição de ensino quanto para os discentes para criar um contexto propício para a aplicação dessas competências, incentivando o exercício desses conhecimentos.

De acordo com Fabiana, o programa fortalece de maneira clara e objetiva as competências necessárias para o desenvolvimento das inteligências intra e interpessoal na busca por desenvolver o indivíduo em sua integralidade. “Isso, com certeza, repercute nos resultados mensuráveis de desempenho acadêmico e de liderança, visto que proporciona uma mudança de paradigmas de dentro para fora.”

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